Game of Thrones é o primeiro novelão em escala global

Nunca aceite um convite para um casamento em Westeros. As chances da boda terminar em sangue são grandes.

Ou melhor, aceite. Mas fique quietinho num canto. Tente passar despercebido. E leve com você uma espada de aço valiriano.

Para os não-iniciados: Westeros é um continente imaginário do tamanho da América do Sul. Fica ao lado do também imaginário continente de Essos, e é neles que se desenrola toda a ação da série "Game of Thrones" (HBO).

A quarta temporada do programa estreou semana passada batendo recordes, tanto de audiência como de downloads ilegais. "Game of Thrones" é a série mais pirateada do mundo. Também é a mais comentada nas redes sociais - ainda mais agora, que "Breaking Bad" já virou fumaça.

À primeira vista, "Game of Thrones" parece uma versão para adultos de "O Senhor dos Anéis", com sexo e (mais) violência. Ambas se passam em versões fantasiosas da Idade Média, repletas de castelos e dragões.

Mas as semelhanças param por aí. O universo do "Senhor dos Anéis" traça uma linha clara entre o bem e o mal, apesar de alguns personagens cruzarem-na de vez em quando.
Essa linha não existe em "Game of Thrones". Figuras que pareciam ter o mais puro coração de repente cometem atos terríveis, e malvados empedernidos se revelam frágeis. 
Ninguém é 100% uma coisa ou outra
E ninguém está 100% a salvo. Já está virando folclore a matança que a série promove entre seus personagens. A primeira vítima notável foi o mais parecido que ela teve como protagonista, o heroico rei Ned Stark. Foi decapitado antes mesmo do final da primeira temporada.

De lá para cá, o número de cadáveres só cresceu. E deu um salto no penúltimo episódio da terceira temporada, durante o chamado "Casamento Vermelho". Uma parte considerável do elenco foi eliminada de uma só vez, para a enorme surpresa dos espectadores que não conheciam os livros originais.
E não é que a quarta temporada mal começou, e já temos um novo casório sangrento? O "Casamento Púrpura", como foi batizado pelos fãs, fez uma única vítima. Mas era um personagem central da série, daqueles que a gente adora odiar.

Tantos sobressaltos, aliados ao fato de que "Game of Thrones" é transmitida simultaneamente para o mundo inteiro, fazem do programa o primeiro novelão em escala global.
Claro que inúmeros seriados e novelas ultrapassam fronteiras. Mas costuma ser aos poucos, como é o caso de "Avenida Brasil": exportada para muitos países depois do sucesso avassalador por aqui, a trama de João Emanuel Carneiro ainda está conquistando novos territórios.
Com "Game of Thrones" é diferente. Para minimizar os efeitos da pirataria, desde o ano passado que a HBO a exibe no mesmo dia, no mesmo horário, em quase todos os lugares onde está presente.

A estratégia rendeu um resultado inesperado: o mundo inteiro pendurado no mesmo folhetim,
comentando na internet as reviravoltas do último capítulo.

E ai daquele que contar o que ainda está por acontecer.
Fonte:f5
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